terça-feira, 13 de outubro de 2009

Encontrar o equilíbrio


É muito difícil saber quando estamos pesando mais pra um lado do que pra outro, regando mais a planta da direita que a da esquerda, vendo mais o nascer do que o pôr do sol. Isso porque nossa visão e percepção não é simétrica, ela oscila de acordo com as voltas do nosso temperamento, do nosso ‘instante’.
Ai de repente chega alguém que você tem como referência e te abre as janelas. Te mostra o quanto o jardim da direita floresceu, enquanto o da esquerda secou. Mas não, não foi por mal! Você não abandonou o seu jardim! Apenas não percebeu o quanto estava ‘desequilibrada’ com a quantidade de água. Mas não adiantam explicações. O jardim se foi. E o que será mais que se foi junto com as flores? Uma amizade? Um pedido de perdão? Um abraço apertado naquela pessoa querida? Quanto desequilibrada será que está a sua vida?
Não é fácil encontrar o equilíbrio. É preciso primeiro se encontrar. Ter certeza daquilo que não se é, e saber onde quer chegar e quem quer ser quando estiver lá. O equilíbrio é a arte de observar os caminhos pelos quais caminham a sua voz, os seus olhos, os seus pés e o seu coração. É a arte mais antiga e mais contemporânea, e também a mais complexa.
Ontem isso aconteceu comigo. Eu estava regando um lado de um relacionamento, e deixando o outro secar. Mas alguém me abriu os olhos. Terei que escavar o jardim novamente, plantar as sementes, regar, sem me esquecer do outro lado que já floresce. Desta forma, verei flores pra onde quer que eu olhe.

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