quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Duelo de Banjo x Violão

O filme "Amargo Pesadelo" estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor fazia a locação em um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário desse posto, onde ele também morava com sua mulher e filho autista que nunca saía do terreno da casa...
Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores - que também era músico e sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas, aproveitou o intervalo da gravação para tocar um pouco e, ao perceber a presença do rapaz "diferente" que dedilhava um banjo na varanda da casa, aproximou-se ecomeçou a repetir a sequência musical dele.. Como houve uma "resposta musical" por parte do rapaz, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. Assim, aquela parada foi providencial e registrou a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de "encaixar" no filme.
Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do rapaz. Sua expressão é pura: inícia-se distante mas, à medida que toca o banjo, ela cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até surgir um sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria! A alegria de um autista, resgatada por alguns momentos graças a um violão forasteiro, é registrada com maestria. Ele brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência (DEFICIÊNCIA?), que a magia da música traz à superfície. Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme.

Observações:

01) - O protagonista é John Voight, o pai da Angelina Jolie, que teve a companhia do canastrão Burt Reynolds, da mesma escola do Stallone;

02) - O rapaz é realmente autista;

03) - A cena foi acidental, não estava nos planos do filme;

04) - A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos, dançando, e a felicidade da mãe captada numa janela da casa são reais;

05) - A reação do autista foi autêntica, quando o ator/músico quis cumprimentá-lo.

É uma cena importante demais para não ser partilhada, pois não há pessoas inferiores, há pessoas diferentes!


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